Há uma alegoria que fala de um grupo de pessoas que se chamavam de “cristãos”. Eles nadavam em um rio que se chamava “vida”, junto com todos os outros tipos de pessoas. Mas esses que se chamavam de “cristãos” sempre nadavam à frente, com muita perspicácia. A todas as pessoas que viam, procuravam fazer com que as seguissem, pois diziam deter a “verdadeira felicidade”. Diziam para as pessoas se converterem dos seus maus caminhos e seguir em direção ao “verdadeiro caminho”, para o qual elas estavam indo. Aqueles que fizessem isso iriam prosperar em suas vidas, pois caminhavam para o “Reino da Glória”. Falavam com muita autoridade e intrepidez. Rumo a esse objetivo, nadavam sempre à frente e se orgulhavam disso. E a todos aqueles que se deleitavam em cachoeiras ou nas margens do rio (em suas praias), ou aqueles que paravam para se deliciar com as belezas e os frutos das árvores ao longo da margem do rio, os frutos dessa terra, eles diziam para que deixassem essa vida de pecados, pois se abandonassem tudo isso e nadassem para frente, um lugar sobremodo melhor, de águas límpidas, com cachoeiras exuberantes, praias lindas e pomares frutíferos os esperavam. E esses “cristãos” sempre queriam mais. Nadavam “de glória em glória” em busca desse lugar. E rapidamente iam fazendo “grandes feitos”. Multidões já os seguiam. Em nome de Cristo, eles “profetizavam” sobre a vida das pessoas, expeliam demônios, realizavam grandes milagres e curas espetaculares. Em pouco tempo já tinham grandes navios, já eram donos de grandes árvores nas margens do rio e até ilhas luxuosas eles já possuíam, nas quais realizavam cultos gigantescos. E quanto mais cultos realizavam, mais verbas adquiriam e mais vitórias conquistavam. Com o tempo, se tornaram até políticos influentes. Eram muitas bênçãos, eles diziam.

Porém, estranhamente, existia um outro grupo de pessoas que também se chamavam de “cristãos”. E, de forma incompreensível, nadavam contra a correnteza. Eram pessoas humildes que não tinham nada, não se prendiam às coisas que o rio oferecia. Diziam ter abandonado tudo por Cristo, a quem seguiam. A única coisa que essas pessoas tinham era um amor muito grande entre si. Nadavam juntas, de mãos dadas, pois a correnteza muitas vezes era forte e somente em equipe elas conseguiam superar a forte correnteza contrária. Era estranho como aquelas pessoas conseguiam ser felizes em meio a tantas adversidades. Estranhamente também elas diziam que prosperavam entre si. Não em riquezas e poder político, mas rumo à fonte do rio. Para elas, prosperar era conseguir nadar um pouco mais em direção à fonte do rio. E realmente isto acontecia. Pouco a pouco elas progrediam rumo à fonte do rio. E alguns fenômenos interessantes aconteciam entre aquelas pessoas. Aqueles que estivessem ligados a uma equipe, conseguiam revezar o nado e, enquanto uma pessoa enfrentava a correnteza, outra descansava para que houvesse um revezamento. Assim, conseguiam prosperar em meio à forte correnteza. Mas, à medida que lutavam contra a correnteza, uma coisa ficou evidente: quanto menos coisas carregassem consigo, mais leves ficavam e mais fácil era para nadar. Aqueles que insistiam em não se desvencilhar de objetos pesados, mais penavam naquela maratona aquática.

Conta essa estória, que no fim dos tempos aqueles primeiros cristãos foram parar num oceano salgado, sem cachoeiras, com ondas violentas e o sol forte os queimava. Já os outros cristãos, que nadavam contra a correnteza, depois de subir arduamente a montanha, enfrentarem águas gélidas e neve, chegaram ao topo da montanha e vislumbraram um lindo vale com muitas cachoeiras, pomares e vida.

Para que lado você tem nadado no rio da vida?

Mateus 7:21-23 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos Céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e me teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade.

A estória que foi contada e o texto de Mateus 7:21-23 mostra que podemos dizer que somos cristãos, mas a despeito disso caminhar para a morte. A alegoria nos faz refletir sobre qual deve ser o caminho de um verdadeiro cristão.

O caminho de um cristão deve ser um caminho parecido com aquele que Cristo percorreu quando esteve aqui. Cristo foi santo e viveu uma vida santa. Olhando para a vida de Cristo podemos ter o nosso referencial de santidade e de direção. Materialmente falando, Ele renunciou a uma vida de riquezas; espiritualmente falando, Ele destruiu com as fortalezas do inimigo e instituiu seu Reino espiritual aqui na terra como no céu.

Que tipo de vida você está levando? Está nadando para onde? Está avançando no mundo material ou está batalhando para avançar no reino espiritual?

A Bíblia diz em Mateus 16:25 que aquele que perder sua vida salvá-la-á, e aquele que ganhar sua vida, perdê-la-á. Eu quero te convidar agora, meu irmão, a perder sua vida para Deus. Eu quero te convidar a morrer para si mesmo, para suas vontades, e permitir que a vontade de Deus se realize na sua vida.

Quem aqui conhece a cidade do Rio de Janeiro? O trânsito lá parece uma selva, não é? É uma loucura. Os taxistas são agressivos, isso quando não são bandidos. Meu irmão morou no Rio por um tempo quando entrou na Petrobrás. De vez em quando eu ia lá visitá-lo. Certa vez, eu viajei para o Rio de Janeiro de carro. Entrei numa rua e de repente começaram a vir carros em nossa direção, eles piscavam luz alta e buzinavam. Tínhamos entrado na contramão. Alguns motoristas gritaram e nos xingaram. As pessoas nos chamaram de loucos.

Ser santo é como andar na contramão deste mundo. E por este motivo, com certeza, vamos encontrar oposição, vamos ser xingados. Alguém vai querer trombar de frente conosco e vai dizer que nós somos loucos, que estamos indo na contramão. Outros irão rir, satirizar, gritar, tentar nos humilhar. Outros irão questionar nossas atitudes, tentar argumentar conosco. E essas pessoas do mundo podem nos deixar machucados, abalados, feridos. Afinal, é difícil prosseguir quando todos ao redor gritam e questionam nossas atitudes. Mais difícil ainda é quando familiares e pessoas próximos ficam contra nós.

Mas a Palavra de Deus diz que passaríamos por aflições. João 16:33 Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.

A Palavra de Deus diz também seríamos chamados de loucos por causa do evangelho. 1 Coríntios 1:18 Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus. 1 Coríntios 2:14 Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.

A Bíblia ainda nos diz que o caminho de um cristão é estreito. Mateus 7:14 porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela.

Hebreus 12:14 Procurem viver em paz com todos e busquem a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.

Para sermos santos precisamos nadar contra a correnteza, não dá para ser santo sem oposição, sem luta. Se você estiver vivendo uma vida confortável, então é porque o diabo está satisfeito com você e quer que você continue dessa forma.

Conta-se uma história imaginária de uma pessoa que ao falecer estava diante de Deus justificando-se de seus erros com o argumento de que todo o mundo vivia da mesma maneira. Deus, então, respondeu: “Bem, se você pecou com a maioria, você pode ir para o inferno com a maioria“.

1 Coríntios 6:12 Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas.

Nadar contra a correnteza é a atitude ativa de dizer “não” para aquilo que não nos convém como cristãos.